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Rodrigo Tognini: Desvendando o futuro financeiro do Brasil: o impacto do ‘Buy Now, Pay Later’ no país

Desvendando o futuro financeiro do Brasil: o impacto do ‘Buy Now, Pay Later’ no país

*Rodrigo Tognini, CEO e cofundador da Conta Simples

Dentre as muitas transformações trazidas pela era digital para o mercado, a forma como realizamos transações financeiras está entre as principais. Neste cenário, não podemos deixar de abordar uma das mais recentes e promissoras inovações no campo: o “Buy Now, Pay Later” (BNPL).

A modalidade de pagamento está redefinindo as experiências de compra e os modelos de negócio em todo o mundo. Não à toa, uma pesquisa da Global Data revela que o valor global transacionado por meio do formato atingiu US$120 milhões só em 2021. O estudo ainda indica que esse número deve aumentar para US$576 milhões até 2026.

No Brasil, o conceito também está começando a ganhar tração, prometendo revolucionar tanto o varejo quanto o cenário B2B. Isso se deve à sua abordagem flexível, que permite aos consumidores adquirirem produtos ou serviços e adiarem o pagamento para um momento posterior, geralmente dividindo o valor total em parcelas acessíveis.

O que muda em relação aos outros modelos de pagamento

O BNPL não só proporciona um maior poder de compra aos clientes, como também oferece uma alternativa aos métodos tradicionais de parcelamento. Seja em termos de estrutura ou nos próprios benefícios oferecidos, a ideia do modelo foge dos padrões convencionais por otimizar a experiência do público em todos os sentidos.

Os boletos, por exemplo, podem ser burocráticos e demorados tanto para os consumidores quanto para os vendedores, enquanto os cartões de crédito tendem a ser onerosos devido às taxas e à demora no recebimento. Por outro lado, o BNPL elimina esses obstáculos, automatizando ações manuais, diminuindo custos e fazendo com o que banco assuma o risco de crédito.

E ainda podemos ir além do mercado de consumo. No contexto B2B, menos de 10% dos pagamentos das empresas são realizados por meio de cartões de crédito, mas os  boletos e transferências bancárias ainda são as modalidades preferidas das companhias.

O BNPL pode oferecer uma alternativa inovadora para os desafios causados por essas modalidades. Ao integrar este modelo aos sistemas existentes, as companhias trazem um frescor para suas áreas financeiras, com operações mais eficientes e adaptadas aos objetivos estratégicos da organização.

Ou seja, é possível melhorar uma gama de aspectos ligados à área, como o fluxo de caixa e pagamentos em si, além de garantir uma boa gestão de recursos. Consequentemente, menos imprevistos surgem ao longo da trajetória da empresa e o crescimento de mercado se torna mais sólido.

Impactos no PIX

No território nacional, o BNPL também pode ser impulsionado pelo Pix. Ao aproveitar a rapidez e a conveniência deste sistema de pagamentos, as transações são processadas de maneira mais ágil e transparente, proporcionando benefícios adicionais tanto para os clientes quanto para os comerciantes. Todas as etapas são concluídas instantaneamente, eliminando a necessidade de esperar pelo processamento e aumentando a liquidez para as empresas.

No entanto, o formato também traz alguns desafios. Educar os consumidores sobre as vantagens e precauções é o maior deles, já que muitas pessoas ainda desconhecem a modalidade e não sabem como realizar uma adoção responsável.

O público precisa entender seu fluxo de caixa e os impactos financeiros de adiar os pagamentos, enquanto os comerciantes devem estar cientes dos riscos e das oportunidades associadas ao modelo.

Com essa compreensão e aceitação da modalidade, não há dúvidas de que o BNPL continuará a transformar o futuro financeiro do Brasil. É um formato inclusivo, eficiente e sustentável, que ajuda a todos os envolvidos no setor a alcançarem seus objetivos de forma justa e eficaz.

*Rodrigo Tognini é CEO e cofundador da Conta Simples, principal plataforma de gestão de despesas e cartões corporativos para empresas e startups no Brasil.

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