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Fernando Blower: 10 maneiras de utilizar a inteligência artificial no foodservice 

10 maneiras de utilizar a inteligência artificial no foodservice

*Por Fernando Blower, direto-executivo da ANR

Alavancar as vendas e conquistar mais clientes são os principais objetivos de quem trabalha com alimentos e bebidas, segundo 53% dos respondentes da última pesquisa de operadores realizada pela ANR, Galunion e ABIA. Assim como a maioria das empresas, o setor também enfrenta uma grande transformação digital. Com a pandemia, clientes e empresas quebraram barreiras com a tecnologia e usaram cada vez mais ferramentas, seja para comodidade, seja para aumentar a eficiência nos negócios. Desde então, organizações começaram a estudar cada vez mais formas de usar a inteligência artificial a seu favor.

Investir em novas ferramentas no foodservice pode melhorar a eficiência operacional, a experiência do cliente e até mesmo a tomada de decisões estratégicas. O importante é estar atento aos avanços, aderir às tendências e escolher a que melhor se adequa ao seu negócio. Ao contrário do passado, quando sistemas eram caros e de implantação complexa, hoje há muitas possibilidades, inclusive para pequenas empresas.

Confira abaixo dez maneiras práticas de utilizar a IA na alimentação fora do lar.

Produtos personalizados

A tecnologia pode oferecer recomendações de menu com base nas preferências anteriores e no histórico de pedidos. Isso pode ser implementado em aplicativos móveis, quiosques de autoatendimento e até mesmo em sistemas como chatbots. A inteligência artificial permite que os consumidores atualizem seus pedidos, adicionem extras ou alertem para alergias e preferências. Os históricos de pedidos e modificações também são salvos em apps, tornando as sugestões mais fáceis e ágeis para os estabelecimentos. Boas soluções de CRM ajudam ainda a manter uma relação de longo prazo com o cliente.

Demanda

Algoritmos podem analisar dados históricos de vendas, padrões sazonais, eventos locais e até mesmo o clima para prever a demanda futura de alimentos e bebidas. Isso ajuda os restaurantes a aperfeiçoar o estoque e a reduzir o desperdício de alimentos.

Automação de processos

A tecnologia também pode automatizar uma variedade de processos no foodservice, desde a gestão de pedidos e pagamentos até a operação de equipamentos de cozinha.

Feedback

Ferramentas de inteligência artificial podem analisar automaticamente o feedback dos clientes nas redes sociais, nos sites de avaliação e nas pesquisas de satisfação. Dessa forma, é possível entender melhor as preferências e identificar áreas de melhorias. Os recursos também podem ajudar no atendimento direto com os clientes, por exemplo, utilizando chatbots via WhatsApp. Assim, o consumidor interage de forma cada vez mais fluída. Para os restaurantes, essa tecnologia permite escalar a comunicação de forma eficiente e gerar dados qualificados e filtrados em tempo real. Imagine também monitorar automaticamente as redes sociais, entender as trends e gerar alarmes de situações extremas boas ou más.

Gestão de custos

A IA também ajuda na gestão de custos, otimizando os preços dos produtos, prevendo o valor dos ingredientes e até mesmo automatizando tarefas de contabilidade e folha de pagamento. Plataformas de inteligência artificial podem varrer as concorrências identificando oportunidades de preços e promoções e sugerir em tempo real ofertas para que o restaurante seja mais atrativo. Há ainda mais eficiência em revenue management.

Segurança de alimentos

Os algoritmos ainda podem e devem ser usados para monitorar a segurança de alimentos. Com eles, é possível identificar potenciais riscos de contaminação ou adulteração, além de alertar os operadores a tomarem medidas emergenciais. Como exemplo, podemos controlar remotamente e em tempo real a temperatura dos equipamentos refrigerados ou a emissão de etiquetas de produção e validade com parâmetros previamente programados e relatórios de performance.

Controle de CMV e gestão de desperdícios

Já existem plataformas de inteligência artificial capazes de apoiar e gerar insights sobre desperdícios. Com câmeras posicionadas na operação, conseguem monitorar as sobras e os descartes dos alimentos, identificando produtos e custos individuais e gerando valores estimados de desperdícios em tempo real. Uma potente aliada no controle efetivo do CMV do restaurante.

Geração de conteúdos digitais

Existem diversas soluções de inteligência artificial generativa que apoiam as áreas de marketing na produção de conteúdos, seja textos, imagens, vídeos ou até áudios, promovendo maior produtividade, assertividade e criatividade.

Gestão operacional do salão

Há ainda soluções que permitem o monitoramento do salão do restaurante, gerando insights e alertas muito úteis para ações e otimizações das equipes. Por meio de câmeras, é possível identificar tempos de espera dos clientes e de atendimento das mesas, ocupação em tempo real dos salões, controle de materiais de segurança na cozinha (como uso de luvas), entre outras ações.

Gestão de produtividade

Existem também plataformas de IA capazes de monitorar individualmente cada colaborador na cozinha no preparo dos pratos, permitindo uma leitura eficiente de produtividade (tipo de prato por tempo) e qualidade produzida para fornecer subsídios aos gerentes. Assim, é possível pagar variáveis, por exemplo, por meio de um plano de incentivo de eficiência para os colaboradores.

Por fim, a inteligência artificial no foodservice não apenas melhora a eficiência operacional, mas também aprimora a experiência do cliente, impulsiona a inovação e permite que os restaurantes se adaptem às demandas em constante mudança do mercado.

*Fernando Blower é diretor-executivo da ANR, instituição que tem por objetivo promover o setor de foodservice e defender e representar os interesses dos associados. – anr@nbpress.com.br.

Sobre a ANR

Fundada em 1990, a Associação Nacional de Restaurantes (ANR) é uma instituição que tem como objetivo promover o setor de foodservice  (restaurantes, bares, lanchonetes e demais negócios de alimentação fora do lar) e defender e representar os interesses dos associados, atuando nos campos da articulação setorial em suas relações com o poder público, fornecedores, instituições, junto à sociedade em geral e nas área da educação e pesquisa, voltadas para o desenvolvimento técnico-econômico e para a geração de qualidade da gestão empresarial, de trabalho e renda. Contando com mais de 12 mil pontos de venda em todos os Estados, contemplando desde as maiores redes do setor, que possuem grande experiência global, até pequenos negócios de alimentação fora do lar. O setor congrega aproximadamente 700 mil estabelecimentos, gerando empregos diretos para aproximadamente 1,5 milhão de pessoas, com faturamento anual na ordem de R$ 200 bilhões.