Revestimentos em pedra, porcelana e cerâmicas são velhos conhecidos dos brasileiros. Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres (Anfacer), o país é o segundo maior consumidor de revestimentos. Apesar disso, ainda não existia um marketplace que reunisse diferentes revestimentos, disponibilizando a compra de qualquer lugar do Brasil. Foi em 2017, diante do crescimento do e-commerce nacional, que Fernando Martins identificou a oportunidade de conectar o consumidor final com as indústrias de revestimentos em um só canal digital.
A epifania aconteceu após o empreendedor – formado em publicidade pela PUC-Campinas com MBA em gestão de marketing pela USP – perceber a alta demanda por orçamentos nas redes sociais da empresa que trabalhava. A oportunidade resultou na criação do Arqplace, marketplace que conecta fornecedores de revestimentos, pedras naturais importadas, iluminação, metais, louças e vasos ornamentais de alto padrão ao consumidor final.
Nascido e criado em Tambaú, cidade a quase 100 quilômetros de Ribeirão Preto, antes de empreender Martins, trabalhou como “chapa”, profissional que carrega e descarrega cargas de caminhões, em diferentes estados. Para levar sua ideia adiante, o empreendedor buscou referência em cases de sucesso e, após estudar o mercado, encontrou a classe A e B como público-alvo.
“Estudei cases de empresas fora do Brasil que trilharam o caminho para digitalizar o fornecimento desse material e percebi que os early adopters de marketplaces como o que eu queria criar eram também, geralmente, consumidores com alto poder aquisitivo. Enxerguei uma oportunidade de oferecer uma experiência de compra online com qualidade de imagem, curadoria de produtos cuidadosa e um atendimento humanizado e ágil, que inclui envio de amostras para o cliente”, explica o CEO.
Em abril de 2020, gerenciando o negócio sozinho, o CEO atingiu o primeiro R$ 1 milhão da empresa. No ano seguinte, a empresa iniciou a importação de revestimentos de pedra natural, Hijau e Hitam, da Ilha de Java na Indonésia. Que atualmente é o carro-chefe dos produtos, com metro quadrado a partir de R$ 400,00.
Ainda segundo a Anfacer, os revestimentos são responsáveis por 6% do PIB da indústria de material de construção, com previsão de crescimento de 15% até 2025. Com mais de mil itens no portfólio, que vão de luminárias, pedras importadas da Indonésia, cubas para banheiro e metais, a empresa aproveita a oportunidade, se responsabilizando por toda a integração e administração dos produtos, assim como pelo atendimento ao cliente e logística. Desde o desenvolvimento de novos produtos até a solução de eventuais conflitos. Todas as operações são gerenciadas internamente, em um modelo de negócios que o empreendedor define como o “Customerplace”, no qual os clientes são tanto as fábricas quanto os consumidores finais.
Segundo Fernando, a expectativa é alcançar um GMV de 14 milhões em 2023, atingindo um crescimento de 80%, para isso, deve apostar em uma série de estratégias, como triplicar o número de fornecedores, aumentar a variedade de produtos para a arquitetura e migrar para uma plataforma online mais robusta e eficiente, que permita a automação e aumento da produtividade. Sem descartar a possibilidade de buscar investimento externo para acelerar as operações.
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